terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Pouilly-sur-Loire e Sancerre: um pouco do que bebi por lá... - parte 1

Virei fã da Sauvignon Blanc desde o primeiro exemplar que provei: um Avondale, acho que em 2009.

Confesso que sim, demorei a provar um, e que passei mais um tempo me dedicando a conhecer outros tipos, mas recentemente tenho dado uma atenção toda especial a essa uva, notadamente os chilenos e brasileiros, que na minha opinião tem apresentado exemplares muito bons, vindos dos vales costeiros no caso do Chile e vindos da serra catarinense no caso do Brasil.

Recentemente estive em Pouilly-sur-loire e Sancerre, na região do vale do rio Loire, para muitos o lar dessa maravilhosa uva, que alguns outros pensam ter surgido mais pros lados de Bordeaux, onde são vendidos em sua maioria sob a denominação Pouilly-fuissé.

O Rio Loire:



Fato é que lá pros lados do Loire ela é conhecida principalmente por Pouilly-fumé (que também é o nome da principal apelação da região) ou simplesmente Sauvignon, e em alguns casos até como Fumé-blanc.

O centro de Pouilly-sur-loire:



Bom, gosto muito dos vinhos dessa cepa por conta dos aromas herbáceos e da mineralidade, sem falar nos traços defumados que enganam quem acha que esses vinhos passam por barris (à exceção de um ou outro produtor), característica que até hoje só pude observar nos exemplares franceses. Dentro dos aromas percebidos pelos enófilos mundo afora, pude finalmente constatar a tal pedra de isqueiro, que muitos dizem invadir as narinas.



É sério, alguns exemplares denotam claramente esse "cheiro de pedra quente". Não, não é ruim, muito pelo contrário, é uma experiência muito interessante.

Esses aromas são retrato do solo na região, composto por calcário (alguns dizem giz), cascalho e em algumas pequenas parcelas por silex (pederneiras), aquela pedra que se batida ou arrastada em outra igual produz faíscas que permitem acender uma fogueira. Em inglês é conhecida como flint.

Além dos aromas e sabores herbáceos e minerais, e notas defumadas, muitas vezes encontramos frutas em profusão, notadamente maracujá.

Já sob a denominação Sancerre, o vinho adquire mais características de frutas e mineralidade, e menos herbáceos e defumados.

Sancerre:



Sancerre é rodeada de vinhedos:


Em Sancerre estive na Cave des Vins de Sancerre, que concentra vários produtores e engarrafa seus vinhos. Pude adquirir alguns belos exemplares que foram degustados na viagem mesmo:




Há ainda uma denominação de menor área, Menetou-Salon, que me apresentou um dos melhores exemplares na minha opinião, bem mais mineral e bem menos frutado:




Continua...

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