domingo, 30 de março de 2014

Wakefield Chardonnay Clare Valley 2009


Não sou fã de Chardonnay com passagem em madeira. Não sabia que esse tinha passado em madeira até colocá-lo em boca (rs).

Aconteceu assim: num restaurante japa, pego a carta de vinhos e quase caio para trás (rs novamente). Essa foi a opção menos cara e incrivelmente uma das que menos afetaria o paladar. Muita coisa pesada e o foco era em vinhos de muita estrutura, achei estranho.

Enfim, a verdade é que o vinho foi levado para casa e melhorou muito (opinião compartilhada com a Isis) depois de uns dias bem fechado na geladeira (screwcap).

A cor era bonita, amarelo dourado, com brilho. O nariz percebia algo de frutas mas para mim aqueles traços adocicados por conta da passagem em madeira eram mais nítidos, um lance meio creme-calda quente, amanteigado.

Em boca era um pouco "oxidado", quente, as frutas apareciam bem de leve mas a untuosidade é quem manda, com um final longo.

Clare valley é uma das mais antigas regiões produtoras de vinho na Australia, algo em torno de 150 anos.

Bom vinho, mas não é muito o meu estilo. Prefiro a Sauvignon Blanc, Viognier, Chenin Blanc, Torrontés...

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$110,00 em restaurante. Os vinhos australianos e neozelandeses são bem caros por aqui.

Site -> Wakefield. No hemisfério sul são conhecidos pelo nome original Taylors. No norte precisam mudar de nome por restrições de marca (provavelmente pela Taylors de Portugal que é bem antiga...)

sábado, 29 de março de 2014

Yali National Reserva Sauvignon Blanc 2012


Este Sauvignon Blanc me surpreendeu. Claro que, vindo do melhor vale do Chile para a Sauvignon Blanc (na minha humilde opinião), a expectativa era grande.

Quando vi que era da Ventisquero então, aí que a expectativa realmente se firmou. A Viña Ventisquero pra mim é daquelas que dá pra beber de olho fechado.

O vinho me surpreendeu especialmente pelos aromas. Aquele traço mineral belo, muito evidente nos Pouilly-fumé estava lá, de leve, mas estava, junto com as frutas cítricas. Muito legal.

Na boca ele é bem correto na acidez, e faz você salivar, puxa outro gole, e chama as frutas e os traços minerais do nariz.

Gostei bastante e recomendo.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> não lembro, em restaurante.

Site -> Viña Ventisquero.

Cattacini Extra-Brut 2010


Este espumante conheci numa degustação da Miolo sobre os terroirs do Brasil, no ano passado.

O que foi observado na ocasião (Refrescante, cítrico, levemente mineral,perlage intenso e amargor final pequeno) se repetiu, de forma mais elegante e harmonizada porém. Um belo espumante e não deixa a dever em nada no quesito qualidade.



Corte tradicional de Chardonnay e Pinot Noir do Vale dos Vinhedos no RS, é elaborado através do método tradicional (segunda fermentação em garrafa) e envelhece aproximadamente um ano em caves subterrâneas, sendo engarrafado na Miolo.

Recomendo aos amantes dos espumantes nacionais, só não sei se será fácil encontrar. Até um tempinho atrás era distribuído aqui no Rio pela Wine Maximum. Talvez na ótima Mondovino no Recreio dos Bandeirantes você encontre, eles têm muita coisa do Brasil.

Não lembro o preço pago, mas foi uma pechincha comparado aos preços de hoje. Bebido no carnaval com meu amor e os amigos Camilo e Gabi.

Nota -> 4 de 5.

terça-feira, 18 de março de 2014

Lagarde Viognier 2012


Este surgiu em restaurante, após duas tentativas infrutíferas (não tinha o vinho). Aliás, isso é bem comum no Rio de Janeiro, a mim denota um pouco de descaso e amadorismo. Alguns já investem em pads e estoque em tempo real, hoje em dia não é tão difícil fazer isso.

Bom, começando pela garrafa, achei muito bonita, com um rótulo ao mesmo tempo esmerado e tradicional.

Na taça um amarelo claro bonito, com nuances esverdeadas.

Ao nariz o álcool aparece um pouco (14%), junto com traços de frutas brancas e cítricos de fundo. Não concordo com as notas florais que descrevem por aí para ele.

Na boca, a acidez chama atenção, o álcool se percebe com facilidade e desce com facilidade. É gostoso, provoca salivação intensa e o final é aparentemente doce. Bastante fruta e, posso ter viajado, mas em alguns momentos me lembrou banana. O famoso damasco aparece.

Me passou a impressão de ser um supermaduro, mas não tirou o brilho. É um bom vinho mas um pouco pesado. Como a Viognier tem uma casca fina, e tende a amadurecer de forma desigual, precisa de uma boa quantidade de sol, o que pode ter causado esse alto nível alcoólico, embora a acidez tenha permanecido. Ou será impressão?

O 2011 ganhou bronze da Decanter.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> comprado em restaurante mas pode ser encontrado na Wine e na Loja de Bebidas.

Site -> Lagarde.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Carnaval do Torrontés Riojano


Na onda de mi hermano blogueiro Ariel e sua semana do Torrontés, para esse carnaval senegalês que passou decidi comprar vinhos bem frescos, e optei por fazer uma mini incursão na uva, que tem passado por aqui às vezes visto que minha amada Isis adora.

Já bebi alguns, desde os ótimos Lamadrid e Colomé, até os simples mas muito bons Crios, que fazem seu papel direitinho e agradam bastante. Uma pena que, por ser bom, resolveram aumentar assustadoramente o preço dele, e agora encontrá-lo por menos de R$40,00 está bem difícil. Lembrando que é a linha de entrada da Dominio del Plata.

Mas não estou nesse post para falar do Crios, mas sim desses dois rapazes aí de cima.

Nada havia bebido da Dante Robino até então, e nesse encontrei um vinho de cor amarela bem clarinha, com cítricos ao nariz, em destaque algo parecido ao limão. A boca repete as notas cítricas, com média persistência e um final agradável. Um vinho sem rodeios e simples mas pra lá de agradável, com um bom frescor.

O Zorzal foi uma surpresa. Verdeal, no nariz traços minerais e algo assim, químico. Depois esses químicos sumiram e notas herbáceas e florais se abriram, aí ficou bonito.

Na boca cítrico também mas sem abrir mão de uma mineralidade. Limpa a boca, fresco, final curto mas que chama outro gole. Belo Torrontés e bela surpresa.



Houve ainda o Doña Paula Estate Torrontés, esse vindo de Salta. Realmente os Torrontés dessa região são superiores aos de Mendoza, mas não que os de Mendoza sejam ruins. Mais complexos e elegantes, mineralidade chama mais atenção que os florais mas sem que estes sumam. Na boca excelente frescor, é um vinho convidativo, como se as melhores características dos dois anteriores estivessem reunidas nesta garrafa.

Nota -> 3 de 5 para o Dante e 3.5 de 5 para o Zorzal. O Doña Paula ganha 4 de 5.

Preços-> R$35,25 o Dante, R$50,00 o Zorzal e R$48,30 e alguma coisa o Doña Paula, que já está esgotado, todos na Grand Cru.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Herdade da Mingorra Alfaraz Reserva 2007


Regional Alentejano 100% Antão Vaz. 6 meses de barrica e 4700 garrafas produzidas.

Na taça um amarelo dourado bem marcante:


No nariz o álcool aparece 'aquecendo' as narinas; algo amanteigado, e notas cítricas. Bem agradável e interessante as nuances.

Na boca quente, o álcool parece ter se deslocado um pouco, untuoso, levemente oxidado, baixa acidez  e a impressão que temos é de sentir a madeira de leve.

Uma experiência interessante, não é um vinho fácil mas gostaria de tê-lo bebido uns anos atrás, onde talvez tivesse mais exuberante. Pelo preço, valeu a experiência.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$30,40 na Grand Cru.

Site -> Herdade da Mingorra.

domingo, 2 de março de 2014

Casa Valduga Identidade Gewurztraminer 2013


Este vinho já passou por aqui na sua safra 2012, e na ocasião fiz referência à 2011.

Esse 2013 segue na mesma linha, mas ao nariz no início subiu algo assim meio químico, que - ainda bem - rapidamente sumiu e deu lugar às frutas brancas.

Frutas brancas? Felipe, gewurz é tempero, essa uva tem 'cheiro de tempero'!

Calma lá: sou avesso aos dogmas e o pouco que conheço de vinhos me faz ter a mente aberta e NUNCA classificar os vinhos pelas uvas que são feitos, mas sim um pouco pela origem e mais ainda pelo meu paladar. Realmente creio que assim que tem que ser.

Aqui a cor segue a mesma da safra passada, o toque picante não apareceu, as frutas brancas dominaram nariz e palato, a acidez é correta e o finalzinho também é azedinho, mas esse é um pouquinho mais "mineral" que os outros.

Vale a pena? Sim, apesar desse também estar na escalada de preços praticada pelos revendedores dos vinhos da Valduga.

A qualidade da Valduga cresceu a olhos vistos, mas será que o preço também precisa? Não era hora de consolidar que vinho nacional é bom e pode ser bebido pelos brasileiros médios e menos abastados?

Pra mim o preço pago ainda vale, mas fico triste que a maior parte dos brasileiros não prove o que a gente tem de bom.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$38,00 no Hortifrutti.

Site -> Casa Valduga.

Santa Rita Gran Hacienda Viognier 2009


Engraçado como as coisas são. Dia desses experimentei um Viognier da Patagônia Argentina, muito bom por sinal. Uma pena que o preço era tão puxado.

Este cá comprei na Grand Cru, quando fui fazer uma pequena compra de brancos para o Carnaval, aproveitando uma promoção deles, recebida por email.

Essas promoções da Grand Cru são relativamente boas e geralmente quando eles vão parar de trabalhar com alguma linha de vinhos, o preço cai pela metade ou até mais algumas vezes.

Bom vamos ao vinho.


Bela cor dourada. A impressão era de um vinho evoluído.

No nariz aromas de frutas brancas bem maduras (pêssego notadamente), algo de damasco e - acreditem - achei carambola. Meu irmão comia muito isso na infância, o aroma dela madura é muito vivo em minha memória e liguei uma coisa à outra.

O álcool também era bem perceptível, mas não chegava a anular a paleta de aromas que se descortinou. Realmente esse vinho é bem aromático.

Na boca a acidez é baixa e as frutas se repetem, é literalmente um caldo, untuoso, percebe-se o álcool ao final e tem-se a impressão que é um vinho meio seco às vezes. Os 13,5 de álcool ajudam nessa percepção, talvez ainda somado ao fato de ter vindo do vale central, não é a melhor região para o completo desenvolvimento das qualidades da uva, fato também reforçado pela baixa acidez.

Bom, o vinho é gostoso mas não acho que seja uma garrafa a ser esvaziada com duas pessoas. Ele se torna um pouco pesado e enjoativo, apesar de ser gostoso. Essa garrafa durou dois almoços seguidos, o que a meu ver não é problema algum.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$30,80 na Grand Cru.

Site -> Santa Rita. Curiosamente não encontrei essa linha no site. Engraçado mas às vezes as vinícolas fazem linhas só para uma safra ou especialmente para um importador, com características reunidas pelos clientes mais fiéis. Não curto muito isso, prefiro quando o vinho retrata as características do local de origem.